Com R$ 3 bi aplicados na 1ª fase e outros R$ 6 bi previstos, obras na Malha Paulista avançam | Rumo

Com R$ 3 bi aplicados na 1ª fase e outros R$ 6 bi previstos, obras na Malha Paulista avançam

A operadora de ferrovias Rumo concluiu mais de 30% das obras previstas na repactuação do caderno de obrigações da Malha Paulista, que atualmente conta com 38 obras em andamento e todas mobilizadas. A ferrovia tem 1.989 km de extensão entre Santa Fé do Sul (SP), divisa com Mato Grosso do Sul, e o Porto de Santos (SP). O modal faz o escoamento de cargas como as de milho, soja, açúcar, farelo de soja, álcool, derivados de petróleo e contêineres.

Entre as principais entregas, segundo a companhia, estão a modernização e duplicação de trechos, além da construção de passarelas de pedestres, viadutos, passagens inferiores de veículos e pedestres e vedação da faixa de domínio possibilitando a segregação total entre o tráfego rodoviário e a ferrovia. Essas intervenções também são consideradas fundamentais para a mobilidade urbana dos municípios cortados pela ferrovia, trazendo mais segurança para as pessoas e veículos que diariamente cruzam a linha férrea.

Com investimentos de R$3 bilhões já realizados, a Malha Paulista ampliou sua capacidade de transporte para 53 milhões de toneladas anuais, com previsão de atingir 75 milhões de toneladas/ano após a conclusão das obras. Além disso, a Rumo planeja investir mais de R$6 bilhões nos próximos anos, após a repactuação do caderno de obras. O projeto de expansão está alinhado à filosofia operacional da companhia, que pretende ampliar as soluções logísticas eficientes, seguras e de baixo carbono para o escoamento das principais regiões produtoras do país.

Obras em destaque

Em Santos, no litoral Paulista, a Passarela do Boulevard está transformando o Centro Histórico, conectando a Rua Quinze de Novembro ao Parque Valongo. Iniciada em agosto de 2024, tem conclusão prevista para 2025.
Em Cubatão, a modernização da infraestrutura viária ganha destaque com o viaduto rodoviário na Av. Henry Borden (KM 123+350), duas passarelas de pedestres na Av. Henry Borden e na Rua Paraíba, que irá eliminar os conflitos rodoviário e ferroviário, retirando as passagens em nível existentes, além de uma rotatória entre as Avenidas Henry Borden e 9 de Abril, redistribuindo o tráfego e melhorando a mobilidade e segurança local com término para 2026.

Um grupo de trabalhadores da construção civil trabalhando em um projeto.

Já em Fernandópolis, dois viadutos rodoviários (KMs 339+930 e 342+460) irão conectar as vias existentes e retirar as passagens em nível. Essas intervenções promovem maior segurança e fluidez local, beneficiando a mobilidade urbana da região. As obras foram iniciadas em novembro de 2024 com término previsto para o final de 2025.

Vista aérea de um canteiro de obras com uma ponte em construção.

A Rumo também impulsiona a infraestrutura ferroviária com três novos pátios em Votuporanga, Catanduva e entre Limeira e Cordeirópolis, com início no primeiro semestre de 2025. Essas obras fortalecem a operação logística da empresa e a infraestrutura regional, conectando cidades. “A Rumo está fazendo história ao investir em grandes obras que estão transformando a logística ferroviária brasileira e conectando o país ao mundo, afirma José Carlos Broisler Oliver, vice-presidente. A Rumo foi premiada no 6º InovaInfra da revista O Empreiteiro, pelo projeto Compactação de rápido impacto na Ferrovia Estadual de Mato Grosso (FMT), que quadriplicou a resistência do aterro da via ferroviária.

Aporte de R$ 2 bi para ligar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde

No pico de investimentos da Ferrovia de Mato Grosso, a Rumo vai investir R$2 bilhões este ano nas obras que vão ligar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde. Outros R$2 bilhões foram investidos no biênio 2023/2024 e é possível que fique um rescaldo para 2026. “Atualmente a gente já está em construção com 161 km e o total da obra é de 743 km– um grande desafio para o grupo. Só para você ter uma ideia, há trechos ainda em fase de projeto, que já estamos implantando. Tem sido bastante desafiador tanto para área de implantação quanto para detalhamento desses projetos, básico e executivo também”, comenta Paola Dutra, especialista em planejamento da Rumo.

No total, a empresa deve investir cerca de R$5,8 bilhões a R$6,5 bilhões, além dos R$5,5 bilhões investidos em 2024, dando sequência a projetos já iniciados. “A Rumo tem diversos projetos ao longo de toda a malha ferroviária Hoje nós somos a maior operadora ferroviária do país e incluindo a Ferrovia do Mato Grosso. Mas para suportar esse crescimento do estado, temos projetos de ampliação da Malha Paulista, com trechos de duplicação, ampliação de pátio, minimização de conflitos urbanos, travessias entre rodovias e ferrovias, além de um projeto de ampliação no Porto de Santos , para o escoamento da produção agrícola do Mato Grosso”, completa André Fardin, Coordenador de Planejamento da Rumo.

Vista aérea de um canteiro de obras com um trem passando.

Obras estratégias e novas oportunidades

Entre os empreendimentos em destaque no projeto da Ferrovia de Mato Grosso está o terminal da BR-070, em execução desde outubro de No momento está em execução a construção de um viaduto sobre a rodovia federal. Somente neste local, até a conclusão das obras, prevista para o próximo ano, devem ser gerados mais de 850 empregos diretos e 1700 indiretos. Também está em fase final a construção de uma fábrica de dormentes, outro componente essencial da infraestrutura ferroviária e que terá cerca de 100 colaboradores permanentes durante as operações. Além das obras, a Rumo amplia sua necessidade de contratações no Terminal de Rondonópolis. Nas últimas semanas, a empresa abriu quase 100 novas vagas de trabalho no terminal localizado na BR-163.

Ferrovia do Mato Grosso contrata cerca de 5 mil trabalhadores

Falando em trabalho, as obras na Ferrovia de Mato Grosso alcançaram o maior número de contratações estimadas para o ano no mês de maio, com cerca de 5 mil pessoas atuando diretamente nas frentes de trabalho. Atualmente os canteiros de obras estão distribuídos por seis municípios das regiões sul e sudeste do estado, que fazem parte dos aproximadamente 160km de trilhos na primeira fase do projeto. O avanço das instalações tem contribuído significativamente com o setor da construção civil, que se destacou no primeiro trimestre de 2025 como o segmento com o maior saldo positivo de contratações formais em Mato Grosso.

Enquanto o Brasil fechou os três primeiros meses do ano com saldo positivo de 71.500 vagas, segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, (CAGED), Mato Grosso teve um resultado negativo de 3.544 postos de trabalho formais, desempenho fortemente influenciado pela agropecuária, que perdeu mais de 6 mil vagas com o fim da safra de soja, em março.

Na contramão deste movimento de queda, a construção civil foi o setor que manteve o maior saldo positivo de contratações: 1.914. Este montante superou até mesmo o setor de serviços, que gerou um saldo positivo de 1.370 vagas ocupadas no trimestre. Dentro da construção, o segmento de obras de rodovias, ferrovias e estruturas especiais apresentou o maior crescimento percentual em relação ao trimestre anterior, com uma alta de 11,61%.

“O projeto conduzido pela Rumo tem movimentado o setor da construção civil, com reflexos diretos no desempenho do mercado de trabalho regional. Importante destacar que o número de contratações para serviços nas obras da Ferrovia Estadual dobrou em relação ao início do ano”, destaca Ângelo Cury, diretor executivo do projeto Ferrovia de MT, da Rumo Logística.

Os municípios do sudeste mato-grossense têm sido fortemente impactados pelas obras da nova ferrovia.
Em Rondonópolis, polo logístico do estado, o setor da construção civil cresceu 15,4% no primeiro trimestre do ano, o maior avanço entre os municípios pesquisados. Em outras cidades, como Primavera do Leste e Campo Verde, tem sido grande o interesse de instalação de novas empresas e indústrias, também motivadas pelo impulso de obras no modal ferroviário em construção na região.

Com mais de 700km de extensão, a Ferrovia de Mato Grosso vai interligar os municípios de Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, com passagens por Cuiabá, estimulando uma nova era no desenvolvimento regional em relação a novos empregos, logística eficiente e sustentabilidade econômica.

Números da nova safra

Neste ano, a Rumo projeta transportar de 82 a 86 bilhões de TKUs, em linha com as expectativas do mercado e um crescimento de aproximadamente 2% em relação ao ano passado. A companhia espera um Ebitda de R$8,1 bilhões a R$8,7 bilhões para o próximo ano, ante R$7,7 bilhões em 2024. Mesmo em um ano de safra recorde de soja, a empresa deve ter um aumento significativo de carteira de outros produtos, com acréscimos de volume de celulose a partir de um contrato firmado com a Suzano, além da
bauxita a partir de um acordo firmado com a CBA, isso sem falar em outras iniciativas e também no transporte de líquidos.

No transporte de grãos, o principal da carteira da empresa, Guilherme Machado, CFO da Rumo, sinaliza que a companhia mantém uma perspectiva otimista para a safra atual devido ao aumento de área e de produtividade de soja, além de um plantio alinhado com o calendário para o milho, embora que incertezas climáticas ainda pairem sobre a safra.

Sem dar números, Machado afirmou que a companhia já está com a carteira de farelo já totalmente comercializada para o ano e que a Rumo está muito avançada em relação à comercialização de soja no primeiro semestre. “Um percentual dessa soja ainda vai acontecer no mercado spot, mas é um cenário que já enfrentamos de forma parecida em safras anteriores. A ideia é que isso se desenvolva a partir dos próximos meses, com a parcela spot ficando menor ao longo do tempo. É um ano forte, com uma safra concentrada, o que vai privilegiar a solução logística mais eficiente. Fizemos investimentos para proporcionar fluidez e seguimos confiantes”, completa o executivo.

No ano passado a Rumo transportou no corredor de Santos algo em torno de 35 milhões de toneladas , sendo 32 milhões de toneladas de grãos. Neste ano, a expectativa é que esse número cresça um pouco mais. A partir de 2026, o sistema deve viver uma nova fase com a conclusão dos investimentos da Cofco no porto paulista e com o avanço das obras no Mato Grosso. A expectativa é de que ambos adicionem 10 milhões de toneladas, uma meta que a companhia vai perseguir a partir de 2026.

No final da década, o novo terminal da CHS vai adicionar uma capacidade de 9 milhões de toneladas de grãos e 3,5 milhões de toneladas de fertilizantes ao Porto de Santos. Obras no terminal 39 de Santos também deve adicionar mais capacidade.

Fonte: https://revistaoe.com.br/rumo-avanca-obras-ferrovia-paulista-expansao/