Sala de imprensa | Rumo

Blog

Transporte ferroviário: benefícios e importância econômica | Rumo

Transporte ferroviário: benefícios e importância econômica

Apenas em 2024, o Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, recebeu mais de 480 mil vagões

O transporte ferroviário é fundamental para a logística nacional e mundial, trazendo uma série de benefícios para a economia e a mobilidade. O abastecimento da população é otimizado pelo transporte de grandes volumes de cargas, interligando produtores rurais, clientes e pontos de venda.

Além disso, o transporte ferroviário facilita o acesso a regiões distantes, conectando zonas produtivas aos grandes centros e ao resto do mundo. Os trilhos fazem parte da história do país e são um pilar para o desenvolvimento sustentável.

Pelo viés ambiental, o sistema ferroviário otimiza drasticamente as viagens em comparação a outros modais, como o rodoviário. Um trem de carga de 135 vagões equivale a cerca de 280 caminhões de 7 eixos a menos nas estradas.

Imagem de cargas de trem

Suba a bordo de uma viagem pela importância do transporte ferroviário, desde a sua origem até os impactos na vida contemporânea.


O que é o Transporte Ferroviário

O transporte ferroviário é o sistema que utiliza trilhos para a circulação de trens, veículos conhecidos pela eficiência ao transportar altos volumes de cargas. Seu funcionamento envolve a operação de locomotivas que puxam ou empurram vagões.

É um dos meios de transporte mais antigos, fundamental para a economia global. As responsáveis pela gestão e operação dessas linhas são as empresas ferroviárias.

Elas podem focar no transporte de cargas, como a Rumo, ou no transporte de pessoas, como a CPTM. Com o avanço da tecnologia, as ferrovias têm se modernizado, introduzindo trens de alta velocidade e soluções mais sustentáveis para reduzir o impacto ambiental.


História do Transporte Ferroviário

O transporte ferroviário passou por inúmeras transformações ao longo dos séculos. Desde suas origens mais primitivas, com materiais de madeira, até se tornar uma potência logística, o modelo desempenha um papel crucial no desenvolvimento das civilizações.

Evolução Global

O conceito de transporte ferroviário começou a ganhar forma na Grécia Antiga e na Europa Medieval. Nessas regiões, surgiram versões rudimentares das ferrovias, chamadas de trilhos de madeira, utilizados para o transporte de mercadorias simples.

As ferrovias evoluíram a partir da invenção do motor a vapor no século XIX, possibilitando maior velocidade e capacidade de transporte. Foi em 1804 que surgiu a primeira locomotiva movida por motor a vapor, criada pelo engenheiro britânico Richard Trevithick.

O transporte ferroviário se transformou em um elemento-chave para o escoamento de produtos e matérias-primas. Essa opção logística ajudou o desenvolvimento de novas indústrias e regiões.

No final do século XIX, surgiram os primeiros trens elétricos e a diesel, ampliando ainda mais a eficiência das ferrovias. Em 1964, o Japão desenvolveu os primeiros trens de alta velocidade, do modelo Shinkansen, alcançando marcas de 200 km/h.

Imagem de cargas de trem
A primeira locomotiva ferroviária a vapor do mundo

Curiosidade

O trem mais rápido do mundo fica na China. Com um modelo que utiliza a força eletromagnética, que diminui o contato com os trilhos e faz a estrutura quase levitar, ele alcança a velocidade máxima de 600 km/h.

História no Brasil

A história do transporte ferroviário no Brasil começa em meados do século XIX, no Rio de Janeiro. O responsável pela primeira grande empreitada foi Irineu Evangelista de Sousa, mais conhecido como Barão de Mauá.

Logo após vários outros países construírem suas ferrovias, o Brasil sentiu a necessidade de seguir o mesmo rumo. As valências produtivas do país, como a agricultura e a mineração, e sua dimensão de território justificavam a construção da malha ferroviária.

A Estrada de Ferro Mauá, como ficou nomeada a ferrovia, tinha uma extensão de aproximadamente 14,5 km e ligava o Porto de Mauá a Fragoso (RJ). Sua principal função era abastecer os trens com as cargas que chegavam dos portos.

Nesse período, o principal insumo transportado era o café, produto de destaque na produção brasileira desde aquela época. Durante as décadas seguintes, a construção de novas linhas ferroviárias impulsionou o crescimento de outras regiões do Brasil.

Com o tempo, houve maior diversificação entre as cargas, incluindo o minério de ferro, a soja, o açúcar, os grãos, o carvão mineral, entre outras.

O país hoje tem diversos apaixonados pelo transporte ferroviário, tanto pela sua imponência e beleza quanto pela sua importância na história nacional. São diversas as opções de museus ferroviários para se visitar em todos os cantos do país, onde você pode conhecer um pouco mais da história dos trilhos brasileiros.


Importância econômica do transporte ferroviário

Durante a Revolução Industrial, o transporte ferroviário foi um dos motores do crescimento econômico. A construção de linhas férreas permitiu o escoamento rápido e barato de matérias-primas para as fábricas.

Essa infraestrutura é essencial, desde o século XVIII, para o aumento da produtividade e competitividade industrial das nações. No Brasil, a evolução das ferrovias ajudou a conectar o país e impulsionar as exportações.

Papel nas Economias Locais e Globais

O transporte ferroviário é uma das formas mais eficientes de escoamento de produtos agrícolas, minerais e industriais. No Brasil, por exemplo, esse modelo é fundamental para escoar produtos como a soja, o café, o milho e a cana-de-açúcar.

Os trens ajudam a garantir a segurança alimentar do mundo. Com o crescimento da população mundial, aumenta a demanda de consumo de proteína animal.

O Brasil é um dos principais exportadores de grãos do mundo, garantindo assim a produção da proteína animal em diversos continentes. Em uma operação multimodal com o Porto de Santos, os grãos transportados pelos trens da Rumo alimentam pessoas de todo o globo.


Benefícios ambientais e de custo do transporte ferroviário

O transporte ferroviário consome menos combustível por tonelada de carga transportada, reduzindo os custos operacionais. Além disso, permite a movimentação de grandes volumes em uma única viagem, o que diminui o custo logístico

As ferrovias são uma das formas mais sustentáveis de transporte, com menores emissões de gases poluentes, em comparação aos rodoviário e aéreo. No relatório de sustentabilidade da Rumo de 2024, foi divulgado que a empresa deixou de emitir 6,9 milhões de toneladas de CO2, caso as mesmas distâncias tivessem sido realizadas por caminhões.

Esse benefício ambiental torna o transporte ferroviário uma opção estratégica para o cenário atual. As questões de sustentabilidade estão no centro das discussões globais, seja entre stakeholders ou pela sociedade, em geral.


Infraestrutura e Tecnologia Ferroviária

Componentes das Vias Férreas

A infraestrutura ferroviária é composta por diversos elementos que garantem o pleno funcionamento e a segurança do transporte. Os trilhos são feitos de aço, suportados por dormentes, que podem ser de madeira, metal, concreto, polímeros e outros materiais.

Já a bitola é a largura determinada pela distância entre as faces interiores das cabeças de dois trilhos. Também é um componente essencial para determinar a capacidade e a segurança das linhas. Existem três tipos de bitola:

Métrica Na qual a distância entre os trilhos é igual a 1 metro.
Larga Em que a distância mede 1,6 metro.
Mista Que abrange os dois formatos (métricas e largas).

Falando especificamente dos veículos, existem diferenças nas nomenclaturas. O trem ou composição é o comboio constituído por uma ou mais locomotivas, mais os vagões.

A locomotiva é o veículo que traciona a composição, tem motor para geração de energia e motores de tração que geram o movimento. Os vagões são as unidades de transporte de cargas ou pessoas, sempre rebocados, e não têm tração própria.

Uma curiosidade é que quando as locomotivas rodam sozinhas, elas não são chamadas de trens, mas sim de escoteiras. Na Rumo, são 1,4 mil locomotivas e 35 mil vagões.

Em outros países, com o avanço da tecnologia, os trens de alta velocidade começam a ser implementados. Especialmente no Japão, os famosos trem-bala conseguem chegar a uma velocidade de 320 km/h, com capacidade de levar até 731 passageiros.

A título de comparação, os veículos mais rápidos do Brasil, conforme divulgado em matéria do Estadão, chegam a 90 km/h. São trens que pertencem à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e à Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb). Já para os trens de carga, a velocidade média varia de acordo com o trecho, normalmente sendo entre 20km/h em trechos urbanos e 80km/h em áreas rurais.

Imagem de cargas de trem
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) dividem a primeira posição, com trens que alcançam os 90 km/h. Foto: Divulgação.

Desafios e Evolução do Transporte Ferroviário

Apesar de todos os seus benefícios, o transporte ferroviário enfrenta desafios. A malha ferroviária nacional é responsável por 20% do transporte de cargas realizado no país, segundo a ANTT.

Um dos principais obstáculos é manter a segurança, evitando os saques e vandalismos nas rotas até os portos. Em alguns casos, os prejuízos podem ser milionários. Por isso, a Rumo e as demais empresas do setor têm impulsionado os investimentos em segurança.

Além disso, o país tem uma dependência histórica do modal rodoviário, o que gera um desafio para os projetos de outros modais, que demandam investimentos mais robustos e de longo prazo.

A Rumo acredita no poder do modal ferroviário e realiza investimentos expressivos em modernização e ampliação. A Malha Paulista, por exemplo, já recebeu R$ 3 bilhões em investimentos entre 2020 e 2024, o que permitiu o aumento da capacidade de transporte para 53 milhões de toneladas anuais.

A previsão é que esse número possa aumentar ainda mais e alcance 75 milhões de toneladas/ano após a conclusão das obras. O planejamento é investir R$ 6 bi nos próximos anos.

A incorporação de inovação e tecnologia também tem sido um diferencial. Com o aumento da demanda por soluções de transporte mais sustentáveis, espera-se que as ferrovias tenham mais protagonismo no futuro.

Além disso, o uso de Inteligência Artificial nas operações ferroviárias tem reduzido acidentes, o que aumenta a eficiência e os resultados. A Rumo utiliza um projeto de sistema de condução semiautônoma chamado de Trip Optimizer.


Operações e Principais Empresas Ferroviárias

Estrutura Operacional

As operações ferroviárias podem ser divididas em duas categorias principais: transporte de carga e transporte de passageiros. No caso das cargas, é predominantemente utilizado para produtos pesados e volumosos, como carvão, minério e produtos agrícolas.

Já o transporte de passageiros é uma importante forma de deslocamento em várias regiões. Nos grandes centros, como em São Paulo, ajuda a reduzir o fluxo de carros nas rodovias, um problema crônico da mobilidade urbana.

Empresas ferroviárias como a Rumo, responsáveis pelo transporte de cargas, desempenham um papel fundamental na operação e expansão ferroviária.
O modal movimenta o agro e a indústria, e impulsiona a economia dos municípios por onde os trens passam, já que a operação ferroviária demanda a construção de terminais de transbordo multimodais, pátios de abastecimento e manutenção, além de escritórios administrativos, que geram empregos e estimulam o crescimento do comércio local.

Entre as principais ferrovias sob o controle da Rumo estão: a Malha Paulista, com concessão renovada desde 2020, a Malha Central (entre São Paulo e Tocantins), a Malha Norte (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e sua extensão, denominada Ferrovia de Mato Grosso. Essa é a primeira ferrovia de autorização estadual do Brasil e terá mais de 700 km, conectando 16 municípios mato-grossenses ao sistema logístico rumo ao Porto de Santos. Já as Malhas Oeste e Sul estão em processo de repactuação, em âmbito federal.

Imagem de cargas de trem
Obras na Ferrovia de Mato Grosso

Impacto Social e Político das Ferrovias

As ferrovias têm impacto positivo na economia, mas também tiveram um papel estratégico em outros aspectos sociais e políticos. Historicamente, as ferrovias fizeram parte de situações de conflito, permitindo o transporte rápido de insumos para regiões necessitadas ou apenas movimentando tropas de guerra – ou, ainda, foram bombardeadas para enfraquecer as tropas adversárias.

Os governos têm papel importante para o financiamento e regulamentação das ferrovias. Por muitos anos, os investimentos públicos eram a única fonte de renda para a manutenção e expansão dessa infraestrutura. Contudo, com recursos públicos limitados, o envolvimento do setor privado se tornou essencial para o desenvolvimento da matriz de transportes.

Com o início das concessões ferroviárias, na década de 1990, foi possível contar com a participação de empresas para garantir a ampliação da malha ferroviária brasileira.

As empresas privadas contribuem com os investimentos, a governança e a inovação nos processos, enquanto o governo garante a regulamentação necessária para que o projeto atenda às necessidades ambientais e sociais. Um exemplo claro é a concessão de trechos ferroviários para a operação privada, como ocorre com a Malha Paulista. A sinergia entre os setores público e privado será determinante para que o Brasil se torne referência em transporte ferroviário.

O transporte ferroviário continua a ser um pilar da logística global e do desenvolvimento econômico. Seus benefícios ambientais, custos reduzidos e impacto na infraestrutura de transporte fazem desse modelo uma escolha estratégica para a logística nacional e global.

À medida que o mundo busca soluções mais sustentáveis e eficientes, as ferrovias podem desempenhar um papel ainda mais relevante que já têm, com uma solução logística eficiente, competitiva e de baixo carbono.

Para saber mais sobre como o transporte ferroviário pode beneficiar sua empresa, visite nossa página sobre transporte ferroviário na Rumo.