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Agronegócio e escoamento da produção: desafios e soluções logísticas

O agronegócio e o escoamento da produção são essenciais para o crescimento da economia brasileira, mas ainda enfrentam desafios logísticos. Em 2023, o Brasil mostrou porque é uma potência mundial do setor, com uma produção de 316,4 milhões de toneladas de grãos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da eficiência no campo, o país muitas vezes enfrenta desafios da porteira para fora . São estradas esburacadas, infraestrutura precária e baixa diversificação dos modais que comprometem a competitividade de um dos pilares econômicos nacionais.

No caso da soja, a proporção é de 68,8% da safra sendo transportada por caminhões, enfrentando toda a sorte de adversidades nas estradas. O alto custo do frete, os atrasos nas entregas e a perda da mercadoria são consequências dessa dependência.

Nesse contexto, as ferrovias surgem como solução logística para impulsionar o escoamento agrícola. Com maior capacidade de carga, menor custo por tonelada e redução de emissões, o transporte ferroviário pode ajudar o agro a superar gargalos históricos.

Ao longo deste artigo, analisamos os desafios da logística no agronegócio e como as ferrovias, que representam cerca de 30% do transporte de grãos pelo país, podem levar a produção brasileira ainda mais longe.

O papel estratégico das ferrovias no agronegócio

Terminal de Fertilizantes Rio Verde

Em um país de dimensões continentais, a dependência quase exclusiva das rodovias para movimentar commodities agrícolas é um dos principais gargalos.

As ferrovias, por sua vez, oferecem uma resposta ao desafio de conectar regiões produtoras aos portos. A ampliação da malha ferroviária é uma alavanca para tornar o agronegócio brasileiro mais competitivo a nível global.

A adoção desse modal, como já fazem potências como Alemanha, Estados Unidos e Rússia, pode consolidar a posição do Brasil em cadeias logísticas internacionais, atraindo investimentos, reduzindo custos e garantindo mais segurança para o produtor.


Redução de custos logísticos

A competitividade do agronegócio brasileiro está diretamente ligada à eficiência da sua logística. Pela capacidade ferroviária de mover mais carga utilizando menos combustível, em proporção aos transportes rodoviários, os trens despontam como uma solução estratégica para reduzir custos.

Essa diferenciação acontece especialmente no escoamento de grandes volumes de grãos e outras commodities. Apesar dessa vantagem, mais de 80% da produção agrícola brasileira ainda depende do modal rodoviário para chegar aos portos e centros de distribuição.

Ainda que os caminhões sejam fundamentais para o funcionamento da cadeia logística, aumentar o volume de escoamento pelo transporte ferroviário significa menos viagens, menos perdas e mais competitividade em longas distâncias.


Impacto na competitividade do agronegócio

O gargalo logístico do agronegócio é uma das razões pelas quais o Brasil, apesar da abundância de terras e alta produtividade no campo, ainda perde espaço no cenário internacional.

O custo de frete mais elevado, somado às imprevisibilidades causadas pelas rotas rodoviárias, reduz o poder de negociação dos exportadores e limita a margem de lucro dos produtores rurais.

Uma composição ferroviária de 135 vagões substitui 288 carretas bitrem, o que reduz drasticamente os prazos de entrega.

A redução de custos logísticos amplia as oportunidades no exterior. Ao tornar produtos brasileiros mais competitivos em preço e prazo, o país ganha força para abrir novos mercados e reduzir a dependência de compradores tradicionais.

Os principais gargalos logísticos do agronegócio brasileiro

Terminal Rodoferroviário Alvorada

Mesmo com recordes sucessivos de produtividade, o agronegócio e o escoamento produtivo seguem reféns de uma infraestrutura precária. A cada safra, produtores convivem com incertezas que vão além do clima e do mercado.>

O que deveria ser uma operação fluida, muitas vezes se transforma em uma corrida contra o tempo, marcada por más condições das estradas e escassez de armazenagem.

Por isso, o país precisa olhar para os desafios da infraestrutura e as opções logísticas existentes.

Dependência excessiva do transporte rodoviário

A maior parte da produção de grãos no Brasil ainda é movimentada exclusivamente por caminhões.

Essa dependência do transporte rodoviário impõe um ritmo mais lento ao escoamento da produção. Um exemplo claro disso ocorre em Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, onde parte da produção percorre mais de 1.000 quilômetros até chegar ao Porto de Santos.

Além disso, o estado das estradas brasileiras é um agravante. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), mais da metade da malha rodoviária pavimentada do país está em condição irregular, ruim ou péssima.


Falta de integração entre os modais de transporte

Outro desafio é a falta de integração eficiente entre os diferentes modais de transporte (rodovias, ferrovias e hidrovias). No Brasil, a conexão entre esses modais ainda é limitada, o que impede que o sistema logístico seja mais ágil e eficiente.

Em várias regiões, a infraestrutura existente não permite uma transição fluida entre os diferentes meios de transporte, resultando em custos elevados e processos logísticos mais lentos.

A integração entre modais é essencial para reduzir custos e melhorar a capacidade de escoamento. Projetos que busquem integrar terminais rodoferroviários às ferrovias e, por vezes, aos portos, como a Ferrovia de Mato Grosso, podem encurtar distâncias e melhorar a competitividade do Brasil no mercado internacional.


Regiões produtoras com infraestrutura precária

Estados como Mato Grosso e Goiás, que são responsáveis por grande parcela da produção agrícola brasileira, enfrentam sérios desafios em termos de infraestrutura de transporte.

A escassez de ferrovias limita as opções de escoamento e aumenta a dependência das rodovias, que, como já mencionamos, estão longe do ideal.

É aqui que a construção de novas ferrovias, como a ampliação da Malha Norte, tem um grande potencial para transformar o cenário logístico.

Esses projetos facilitam a conexão dessas regiões com os portos, agilizando o escoamento e permitindo que os produtores entreguem sua produção de forma mais eficiente.

Como a infraestrutura ferroviária pode otimizar o escoamento da produção?

A infraestrutura ferroviária desempenha um papel decisivo no escoamento da produção agrícola no Brasil. Com a crescente demanda por exportações e o aumento da produção, especialmente no Centro-Oeste, a criação e a expansão de ferrovias para atender ao agronegócio são fundamentais para que os produtos cheguem aos portos com eficiência e segurança.

O transporte ferroviário é mais sustentável em comparação ao rodoviário. Apenas em 2024, a operação da Rumo evitou a emissão de 6,9 milhões de CO2 na atmosfera.

Principais ferrovias estratégicas para o escoamento agrícola

O Brasil já possui algumas ferrovias estratégicas que são essenciais para o transporte de commodities agrícolas.

Atualmente, a Rumo é a concessionária responsável pelas Malhas Central, Norte e Paulista, que são estratégicas para o escoamento do Centro-Oeste ao Porto de Santos. Essas malhas já têm capacidade de transporte significativa, mas, para que o Brasil consiga escoar sua produção, investimentos em expansão são necessários.

Por isso, está em andamento um novo e importante corredor logístico, que vai ampliar o atendimento aos produtores mato-grossenses. A Ferrovia de Mato Grosso terá mais de 700 km de extensão, atendendo 16 municípios a partir de Rondonópolis e está sendo construída com 100% de investimento privado.


Integração entre ferrovias e hidrovias

A solução para os gargalos logísticos do agronegócio não depende apenas de expandir a malha ferroviária, mas de saber como conectá-la aos outros modais.

A combinação entre rodovias, ferrovias e hidrovias oferece ganhos logísticos importantes, especialmente na redução de custos e na desconcentração de rotas.

Os caminhões transportam a carga entre regiões produtoras e os terminais de transbordo. Os trens entram em ação com maior competitividade em longas distâncias, rumo aos portos.

Os navios, por sua vez, movimentam a carga para outros destinos em todo mundo. Cada parte da jornada importa.

Um exemplo prático é a conexão entre a Ferrovia Norte-Sul, que liga Tocantins, Goiás, Minas Gerais e São Paulo ao Porto de Santos. Nessas regiões, a integração permite que a produção de combustíveis, fertilizantes, grãos, minérios, produtos siderúrgicos, algodão e alimentos refrigerados seja levada de trem até o porto, para depois alcançar destinos internacionais pelos oceanos.

Essa rota alternativa tem ajudado a aliviar as rodovias, como nas BR-163 e BR-364, que frequentemente enfrentam tráfego intenso.

À medida em que esses sistemas multimodais se tornam mais robustos, o Brasil ganha eficiência e previsibilidade. Para o produtor, isso significa menor custo por tonelada e maior chance de aproveitar janelas ideais de exportação.

Impacto ambiental e social do transporte ferroviário no agronegócio

Terminal Rodoferroviário Alvorada

Para um país que precisa movimentar milhões de toneladas de grãos a cada safra, a escolha do modal de transporte não é apenas uma questão operacional, é determinante para o futuro da produção agrícola.

É nesse contexto que os trilhos se mostram um caminho viável, moderno e alinhado aos desafios dos próximos anos.


Redução da emissão de CO₂ e sustentabilidade

Em comparação ao modal rodoviário, a Rumo emite 7,9 vezes menos GEE por tonelada transportada e. Isso significa que o agronegócio, quando opta pelas ferrovias, contribui diretamente para reduzir os gases do efeito estufa e cumprir metas globais de rastreabilidade e sustentabilidade.

A tecnologia também é aliada de uma logística sustentável. A Rumo tem ampliado suas ações para otimizar a cadeia com a modernização das frotas, o uso de locomotivas mais eficientes e as tecnologias que calculam melhor as rotas para diminuir o uso do combustível.

Nos terminais, medidas como o reaproveitamento de água também fazem parte do nosso compromisso com a sustentabilidade.


Menos tráfego e riscos para as comunidades próximas às rodovias

Durante os picos de safra, é comum que as regiões rurais vivenciem uma mudança drástica em sua rotina: é quando o aumento repentino no tráfego de caminhões torna as ruas e estradas locais mais perigosas e congestionadas.

Com o aumento do transporte pelas ferrovias, o cenário se transforma. O escoamento pelos trilhos diminui a pressão sobre a infraestrutura viária urbana e rural.

Além de acelerar o escoamento da produção, os trens podem melhorar a qualidade de vida das comunidades nas regiões por onde passam.


Investimentos em segurança e infraestrutura nas áreas de influência ferroviária

O crescimento da malha ferroviária no Brasil demanda um compromisso crescente com a segurança e o bem-estar das populações que vivem em suas proximidades.

A Rumo investe na construção de viadutos, passarelas, passagens inferiores e vedação da ferrovia para mitigar os riscos de acidentes.Essas iniciativas demonstram que o transporte ferroviário também influencia no desenvolvimento territorial, sempre considerando os anseios da população.

As ferrovias se tornam parte vital das cidades, aumentando a segurança, a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.

Quer saber mais sobre como a Rumo pode ser uma parceira estratégica no escoamento da produção agrícola? Continue acompanhando o nosso blog para saber mais.